domingo, 10 de outubro de 2010

SWU - Primeira Noite

The Mars Volta foi, apesar dos problemas com o som e o tempo, uma banda que eu sinto ter cumprido meu papel por ve-la se apresentando enquanto eu estou neste corpo. Não seria justo se eu deixasse de ver de pertinho os caras que tocavam através do meu mini-system que só funcionava com uns bons tapas, enquanto eu maldizia minha escola e minha rotina e sonhava em ser eu mesma num lugar onde ninguém me julgasse e hostilizasse tanto que nem aquele. Escrevia por horas, até dormir e as jams criadas pelo Omar Rodriguez ambientava meu sono imperfeito.
Cheguei às 20h. Avisei às pessoas que estavam comigo que eu iria ver de qualquer jeito o Cedric ensaiar seus passos de salsa nem que eu virasse uma formiga esmagada no meio da multidão. Pensei num outro amigo que, crescido nesse mundo perverso e mesquinho, também compartilhava a semi adoração ao Omar e Cedric.
As pessoas começaram a chamar pela banda, eu fiquei com a mão na boca pasma e pensando: "isso está acontecendo?". Me virei e, quando eu voltei em direção ao palco, lá estava Cedric, todo de negro e uns lenços chamativos pendurados no corpo. Omar estava com um discreto chapeu e um modelito excelente, Omar se veste muito bem (uns disseram que ele estava a cópia do Angus Young numa versão indie, gente, Omar é muito mais que um black bonito, fim). Muitos músicos de apoio não vieram, mas nem por isso deixei de aproveitar. Primeiro eles cantaram Cotopaxi, seguida de uma jam. Goliath veio e começou a cair minha ficha, cantei, batuquei feito uma louca. Depois veio Eriatarka (e eu pensando ser Inertiatic ESP). Nessa hora eu pensei em todo meu contexto com a banda, desde quando eu descobri na oitava série e apresentei aos meus amigos mais próximos (todos fizeram cara de q). Confesso que a emoção foi às alturas aquela hora. Depois veio Cicatriz e eu perdi a oportunidade de começar junto: "Do you recall this name?". Pensei naquela demo chamada "Eat the Sun", que veio a ser Cicatriz. O mais engraçado é que no "I Defected" eu simplesmente... gritei. Gritei tanto que na Roulette Dares (this is the haunt) eu não conseguia dizer nada, só ficava com a boca aberta e movendo a língua, como se eu dublasse os instrumentos. Coisa de gente mars volística, só pode.
Emoção foi o que definiu. Pelo menos Cedric e Omar não estava satisfeitos com o tempo disponível e ficar atrás de Rage Agains The Machine, mas compensou seus carentes fãs com uma apresentação transluzente e ópera rock. Oito e meio.

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